Patologias médicas e psiquiátricas, hábitos de sono pouco saudáveis ou outros fatores biológicos podem estar na origem da insónia.

Mais recentemente alguns investigadores começaram a abordar a insónia como uma questão do cérebro ser incapaz de não acordar. Por outras palavras, o cérebro tem um ciclo de sono e um ciclo de vigília – que não funcionam em simultâneo – a insónia pode estar relacionada com um distúrbio num desses ciclos.

Mas é também importante entender o que pode estar a causar esta dificuldade no descanso.

Doenças e condições de saúde

 

Alergias nasais / sinusites, problemas gastrointestinais (como refluxo), problemas endócrinos (relacionados com a tiroide), artrite, asma, patologia neurológicas (como a doença de Parkinson) e/ou dores crónicas são apenas algumas das condições médicas que podem estar a fazer com que acorde a meio da noite ou simplesmente não consiga adormecer como era habitual.

A insónia pode ainda estar a associada a outra patologia do sono, como a síndrome das pernas inquietas – uma condição neurológica em que uma pessoa tem uma sensação desconfortável de precisar mover as pernas. Pacientes com síndrome das pernas inquietas geralmente apresentam sintomas piores ao final do dia, durante períodos de inatividade e na transição de vigília para o sono, o que significa que adormecer e permanecer a dormir podem ser difíceis.

A apneia do sono é outro distúrbio do sono associado à insónia. Com a apneia do sono, as vias aéreas ficam parcial ou completamente obstruídas durante o sono, levando a pausas na respiração e a uma diminuição nos níveis de oxigénio. Isso faz com que uma pessoa acorde por um breve período de tempo, mas repetidamente, ao longo da noite.

Se não se revê em nenhuma destas situações, deve consultar um médico para perceber se pode ter algum distúrbio do sono.

Em muitos casos, há medidas simples que ajudam a melhorar a higiene do sono: evitar iluminação intensa, limitar distrações (como dispositivos eletrónicos ou mesmo os animais de estimação que têm acesso ao quarto).

O importante é que entenda que não deve aceitar uma situação de mau dormir e de pouco descanso nem nunca assumi-la como normal.

 

Insónia e depressão

A insónia pode ser causada por condições psiquiátricas, como a depressão.

Os desafios psicológicos podem dificultar o sono, a própria insónia pode provocar mudanças de humor. Também alterações hormonais e fisiológicas podem levar a problemas psiquiátricos e contribuir, ao mesmo tempo, para a insónia.

Os problemas do sono podem representar um sintoma de depressão, e o risco de insónia é muito maior em pacientes com transtornos depressivos graves. Estudos mostram que a insónia também pode desencadear ou agravar a depressão.

É importante saber que os sintomas de depressão (como pouca energia, perda de interesse ou motivação, sentimentos de tristeza ou falta de esperança) e insónia podem estar ligados e um pode piorar o outro. A boa notícia é que ambos são tratáveis, independentemente, do que tenha surgido primeiro.

Insónia e ansiedade

A maioria dos adultos já teve problemas para adormecer porque se sentem preocupados ou nervosos, mas para alguns é um padrão que interfere regularmente no sono. Os sintomas de ansiedade que podem levar à insónia incluem: tensão, preocupação com eventos passado ou com eventos futuros, ansiedade em relação a algumas responsabilidades, uma sensação geral de aceleração.

Não é difícil perceber sintomas como estes, de ansiedade podem dificultar o sono. A ansiedade pode estar associada a uma dificuldade em iniciar o sono (insónia inicial), dificuldade em manter o sono (insónia intermédia).

Quando isso acontece por muitas noites (ou vários meses), pode começar a sentir ansiedade, medo ou pânico apenas com a perspetiva de não dormir. É assim que a ansiedade e a insónia se alimentam e se podem tornar um ciclo, que deve ser interrompido através do tratamento.