Dormir é uma das necessidades básicas do ser humano e quanto melhor dormirmos, menores serão as probabilidades de desenvolver distúrbios associados ou outras patologias.

Deitar e acordar sempre que possível nos mesmos horários, praticar atividades físicas regularmente, evitar bebidas estimulantes antes de deitar, optar por refeições mais leves ao jantar, são dicas aliadas de uma boa noite de sono. Contudo, fatores como a idade, níveis de ansiedade, dieta alimentar ou uso de medicamentos, podem interferir, contribuindo para desencadear ou agravar algum tipo de distúrbio do sono.

Os 7 distúrbios o sono mais comuns

1 – Síndrome do sono insuficiente – reconhecida pela Academia Americana de Medicina do Sono na sua última classificação das doenças do sono, é provavelmente a doença do sono mais frequente. Dormimos menos e com menor qualidade. O resultado é uma sonolência excessiva durante o dia, que pode fazer a pessoa adormeça em situações pouco adequadas ou perigosas, como no local de trabalho ou até enquando conduz, por exemplo. Alterações de humor, problemas de memória, dificuldades de concentração, dores de cabeça e mal-estar; e em casos mais graves, depressão, euforia e agressividade, são os sintomas mais comuns. A boa notícia é que este é também um dos distúrbios do sono de mais fácil solução. A contrário do que se pode imaginar, o tratamento não costuma ser medicamentoso, mas comportamental, ou seja, exige uma mudança de hábitos e estilo de vida.

2 – Insónia – caracteriza-se pela dificuldade em iniciar ou manter o sono e pode ser considerada um distúrbio isolado ou associado a outras doenças. Na maioria dos casos, uma mudança de hábitos inadequados, como por exemplo usar o telemóvel ou outros aparelhos eletrónicos na cama, acaba por ajudar.

3 – Apneia do sono – é uma espécie de obstrução do fluxo respiratório, impedindo que se atinja os estágios mais profundos do sono. Se esta situação se prolongar, quem sofre deste distúrbio apresenta outras complicações: dias sonolentos, desconcentrados, dores de cabeça, tensão arterial alta e em casos mais graves, pode mesmo provocar a morte. O diagnóstico deve ser feito por um especialista.

Apneia Obstrutiva do Sono na Infância

 

4 – Bruxísmo – movimento inconsciente e involuntário dos maxilares. Se for um distúrbio persistente, pode causar alterações na arcada dentária e dores de cabeça. Ansiedade e stress são fatores que contribuem para o desenvolvimento deste distúrbio. Nesses casos, o tratamento é orientado pelo dentista. Paralelamente, algumas técnicas de relaxamento ou até mesmo fisioterapia, revelam ser bastante eficazes.

5 – Síndrome das pernas inquietas – é um distúrbio de ordem neurológica, muitas vezes com causa genética, normalmente agravado durante períodos de stress ou após o consumo de substâncias estimulantes, como café e álcool. A prática de exercício físico e a suspensão de substâncias estimulantes são dois grandes contributos para atenuar o problema.

6 – Sonambulismo – é um tipo de parassonia (transtornos comportamentais que ocorrem durante o início do sono, durante o sono ou o despertar) que afeta tanto crianças como adultos e manifesta-se durante o estágio mais profundo do sono, o sono de ondas lentas, não-REM. Não se trata apenas de se levantar enquanto dorme, de olhos abertos e sem expressão. O simples fato de falar durante o sono já pode ser considerado um tipo de sonambulismo. O sonâmbulo repete ações rotineiras, estereotipadas, sem a interferência direta do cérebro, o que pode resultar em acidentes.

O que está na origem?

A causa do sonambulismo ainda é desconhecida. Sabe-se que tem mais incidência no sexo masculino e que a componente genética pode ter um grande peso. São ainda referidos como fatores desencadeadores: a privação do sono (noites mal dormidas), distúrbios psiquiátricos (depressão e ansiedade), respiratórios (apneia do sono, asma), febre, consumo de álcool e outras drogas, medicamentos que interferem no mecanismo do sono, ruídos, temperatura desagradável, entre outros. Nas crianças, a desordem pode estar correlacionada com o processo de amadurecimento do cérebro e costuma desaparecer com o crescimento.

7 – Paralisia do sono – é um transtorno que consiste na impossibilidade da pessoa se mover ou falar no momento em que passa do sono para a vigília. A pessoa tem consciência de que está acordada mas é incapaz de reagir, como se o seu cérebro e o seu corpo estivessem separados. Esta paralisia, que pode ter uma duração de segundos a alguns minutos, é acompanhada de uma sensação de falta de ar, e muitas vezes, de alucinações visuais e/ou auditivas. Estima-se que um em cada quatro indivíduos passe por esta experiência em algum momento da vida e é frequentemente associada a hábitos de sono irregulares ou ao cansaço físico e emocional.