A Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) é um distúrbio respiratório que ocorre durante o sono, caracterizado por um bloqueio no fluxo de ar para os pulmões, durante alguns segundos. Apresenta uma grande incidência em crianças de várias idades.
Com consequências diretas na qualidade do sono, uma das características que se associa a esta síndrome é o roncar. Estima-se que entre 2% e 4% das crianças, entre 2 e 6 anos, sofram de AOS. Das crianças entre os 6 meses a 13 anos, a percentagem que ronca é ainda maior: de 7 a 16,7%. Nos adolescentes, cerda de 5 a 14,8% apresentam ronco.

Quanto às repercussões ao nível da aprendizagem, um estudo da Universidade de Chicago e da Universidade de Louisville, publicado no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, concluiu que esta síndrome pode causar deterioração cognitiva, observando que apenas o fato de roncar já afeta as funções neurocognitivas. A falta de oxigénio no cérebro, devido à obstrução das vias aéreas em crianças com distúrbio respiratório do sono, apresenta consequências negativas para todo o organismo. Além do ressonar, outros sinais devem ser tidos em conta pelos pais.

Durante o sono, a criança pode apresentar:

  • Ronco que pode ser ou não ser alto, mas é recorrente ao longo do tempo;
  • Inspiração difícil ou respiração barulhenta que pioram quando a criança está deitada de costas;
  • Pausas respiratórias curtas (parece que a criança parou de respirar), para reiniciar muitas vezes com um ruído alto;
  • Dificuldade em respirar pelo nariz, dormindo de boca aberta;
  • Muitas mudanças na posição de dormir com despertares frequentes durante o sono;
  • Urinar na cama, principalmente se a criança já não o fazia durante a noite.

Durante o dia da criança com AOS revela:

  • Problemas de atenção ou mau desempenho na escola;
  • Hiperatividade e outros problemas de comportamento;
  • Alterações de personalidade, como mau humor ou irritabilidade;
  • Sonolência, fadiga ou cansaço extremo;
  • Dor de cabeça, principalmente pela manhã;
  • Voz anasalada.

Como diagnosticar?

O médico assistente da criança pode averiguar os sinais e sintomas da Apneia Obstrutiva do Sono, através de uma consulta e de exames físicos avaliando, ainda, a necessidade de realizar uma polissonografia (um exame feito num laboratório do sono, durante a noite). O tratamento varia de caso para caso dependendo do quadro apresentado (excesso de peso, alergias, anatomia das vias respiratórias…).

O importante é despistar, uma vez que a qualidade do sono e o desempenho diário da criança podem estar a ser diretamente prejudicados.