Vários estudos já demonstraram que o sono contribui para soluções criativas de problemas. Um estudo elaborado na Universidade de Cardiff (País de Gales) veio explicar como as duas principais fases do sono – REM (rapid eye movement) e NREM (non-rapid eye movement)  – “trabalham em conjunto” para que consigamos encontrar elos de ligação desconhecidos, que nos ajudam a descobrir soluções para problemas desafiantes.

Quando adormecemos entramos no sono NREM, que tem várias fases: umas de sono mais leve e outra de sono mais pesado. Durante esta fase, o cérebro reproduz memórias, ajudando a consolidar e a fortalecer novas aptidões e conhecimentos, por exemplo.

Apesar deste processo ser comum a qualquer etapa do sono, os autores do estudo referem que é especialmente forte durante o sono profundo, onde se estreita a conexão entre hipocampo (guarda memórias de eventos e lugares) e neocórtex (armazena factos, ideias e conceitos).

A ideia pilar do estudo é que nesta ligação, entre as duas áreas do cérebro, as memórias relacionadas são reproduzidas e compartilham outros detalhes.

Já durante o sono REM, que dura cerca de 25% da noite, várias parte do neocórtex são aleatoriamente ativadas. Enquanto isso o cérebro é inundado por um neurotransmissor (acetilcolina) que interrompe a conexão entre o hipocampo e o neocórtex e coloca-os num estado especialmente flexível, onde as ligações entre neurónios acontecem mais facilmente.

Por outra palavras, é sugerido que o o neocórtex procura inconscientemente semelhanças entre conceitos aparentemente não relacionados. Isso faz com que ao acordarmos consigamos encontrar semelhanças em conceitos/situações diferentes que podem ajudar na resolução de problemas ou em novas descobertas.

O que difere este estudo dos anteriores é que, enquanto há investigadores que defendem que a criatividade é estimulada pelo sono NREM e outros afirmam ser o sono REM o principal responsável, defende que as duas fases do sono são essenciais para este processo.