O ritmo circadiano é um ciclo de 24 horas (aproximadamente), conhecido como “relógio biológico”, que controla o estado de alerta, o sono, a produção hormonal, a temperatura corporal e a função dos órgãos. O ritmo circadiano tem influência no momento em que nascemos, em que morremos, e na forma como levamos os nossos dias.
Este “relógio” que controla o nosso corpo está localizado num pequeno espaço do cérebro chamado núcleo supraquiasmático, um centro primário de regulação dos ritmos circadianos mediante a estimulação da secreção de melatonina.
Na prática, o núcleo supraquiasmático recebe informação da luz do meio ambiente através dos olhos. E é essa informação sobre a luminosidade externa, que será encaminhada até à glândula pineal, que produz melatonina. O que explica os níveis desta hormona serem baixos durante o dia e aumentarem à noite.
Tudo funciona ao ritmo deste “relógio”, desde a produção hormonal ao crescimento das células. Heis alguns exemplos de como o ritmo circadiano “comanda” a nossa vida:
– A evolução do ser humano, de acordo com a teoria darwiniana, faz com que o processo do parto seja desencadeado à noite ou nas primeiras horas da madrugada, altura em que mãe e recém-nascido eram menos vulneráveis a predadores.
– Os riscos de enfarte ou de derrame cerebral é maior entre as oito da manhã e o meio dia, isto porque a pressão arterial (que atinge o pico mais baixo de madrugada) aumenta com o nascer do dia e quando nos levantamos.
– Sintomas ligados à asma e a alergias são mais intensos de manhã, isto pode explicar-se pelo facto de ser produzido menos cortisol durante a noite, que funciona como anti-inflamatório natural.
Sabia que?
Em 2017, três cientistas norte-americanos ganharam o Nobel da Medicina ao explicarem como funciona o nosso relógio biológico. Os trabalhos de Michael Rosbash, Jeffrey Connor Hall e Michael Warren Young, com mais de duas décadas nesta área, mostraram como funcionam genes que estão ligados ao sono e à forma como regulamos o metabolismo nas diferentes fases do dia.
