Um estudo brasileiro, publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine, mostrou que, durante a pandemia, os adolescentes conseguiram adequar o sono de acordo com as suas preferências, devido à flexibilidade do horário da escola. No entanto, apesar de beneficiarem do início mais tardio das aulas e/ou da poupança de tempo por não haver necessidade de deslocações, nem tudo foi bom para o sono.

A pressão do confinamento, o medo do contágio e a ausência de contacto presencial com amigos e familiares tiveram muito impacto nos adolescentes.

A estas preocupações juntam-se a adaptação a um novo sistema de ensino, assim como maior exposição a telas (computadores, ecrãs e telemóveis), o que tem impactos no sono.

Pedro Genta, médico pneumologista, e um dos autores da pesquisa, refere que partiram da hipótese de que “a pandemia de covid-19 tivesse induzido um turno noturno do ritmo diário entre os adolescentes e que isso afetou negativamente a qualidade do sono —e de vida— de estudantes do ensino médio, o que se mostrou verdadeiro. A duração e a qualidade do sono melhoraram apenas entre os alunos que já tinham menor duração do sono antes da pandemia”.

Em média, os participantes do estudo registaram, em média, um atraso de 1,5 hora no horário de dormir e até 2 horas para acordar.