Grande parte dos adultos partilha a cama com uma pessoa e sabe-se que este hábito afeta o sono e, em alguns casos, leva a problemas de relacionamento. No entanto, só alguns estudos se dedicaram a analisar como o “dormir juntos” afeta o sono de ambos.
A pesquisa mostrou que, nas noites em que os casais dormem juntos, tendem a ter um sono mais fragmentado ou inquieto do que nas noites em que dormem sozinhos. Algumas evidências sugerem que estes efeitos são mais marcados nas mulheres.
No entanto, apesar do que estes estudos mostram, as pessoas têm a perceção de que dormem melhor quando compartilham uma cama e preferem fazê-lo.

Mas então porque preferimos dormir acompanhados?

Wendy Troxel, da Universidade de Pittsburgh (Pensilvânia, EUA) diz que a explicação está no nosso passado ancestral. A autora diz que apesar do sono ser essencial e ser um comportamento universal, “do ponto de vista evolutivo é extraordinariamente perigoso”. “Pense nisto: o sono ocorre quando a pessoa está deitada, num estado semiconsciente, altamente vulnerável a ameaças do meio ambiente, sendo quase impossível adormecer se sentir insegurança”. É com base nesta ideia que a autora explica a preferência em partilhar a cama com outra pessoa, mesmo quando este hábito pode prejudicar o sono.

E apesar dos humanos já não dependerem de companhia para sobreviver, há estudos que mostram que existe uma associação entre a estabilidade e qualidade de um relacionamento  com um sono saudável. Algumas pesquisas mostram que mulheres em relacionamentos estáveis e de longo prazo têm um sono de melhor qualidade do que mulheres que não têm um relacionamento. Além disso, mulher em relacionamentos altamente satisfatórios têm taxas mais baixas de insónia do que as que vivem um relacionamento com dificuldades.

E se para as mulheres, a forma como vive o relacionamento durante o dia prediz o quão profundamente dorme à noite, ou seja, um desentendimento conjugal pode significar uma noite sem dormir. Já nos homens é a falta de sono, uma noite mal dormida, que o predispõe a conflitos no relacionamento.