Tudo afeta a qualidade do sono, desde o exercício que fazemos, ao tempo que estamos ao sol ou o tempo que passamos a olhar para o telefone ou para o computador. E a combinação de alimentos e bebidas que ingerimos ao longo do dia ocupa um ponto importante nesta lista.
Uma alimentação adequada pode ajudar num sono mais repousante e profundo.

Em entrevista à NBC News Better, Ana Krieger, Diretora Médica do Centro de Medicina de Sono no NewYork-Presbyterian/Weill Cornell Medical Center, explica que um dieta saudável afeta a atividade cerebral, que por sua vez interfere no sono.
“Comer de forma saudável e permitir que o corpo absorva os nutrientes adequados fornece ao cérebro o ambiente químico necessário para produzir os neurotransmissores necessários para manter um sono adequado”, diz Krieger. “Os nutrientes que obtemos através da comida servem como blocos de construção para outros minerais e proteínas que são necessários para criar os aminoácidos que estão envolvidos no sono”, acrescenta.

Embora a investigação sobre como os vários nutrientes de uma dieta afetam o sono seja recente, as evidências até agora são intrigantes.
Num estudo, os investigadores acompanharam a dieta e o sono de um grupo de adultos saudáveis, durante cinco noites, e descobriram que as escolhas alimentares durante o dia afetavam o sono.

Os investigadores escolheram o que os participantes do estudo comiam nos primeiros quatro dias do estudo, mas não no último dia. Os dados mostraram que comer menos fibras, mais gordura saturada e mais açúcar ao longo do dia foi relacionado com os participantes que tiveram um sono mais leve e menos restaurador, com mais despertares durante a noite.

No mesmo artigo da NBC News Better é explicada a relação entre o sono e a forma como os alimentos são metabolizados.
“Dieta e escolhas alimentares ajudam a regular o ritmo circadiano, um ciclo de aproximadamente 24 horas que o nosso corpo segue diariamente.
Kristin Eckel-Mahan, doutorada e professora assistente do Centro de Doenças Metabólicas e Degenerativas da Universidade do Texas – Health Science Center de Houston – diz que “os nossos ritmos circadianos mantêm o relógio biológico a funcionar, o que, por sua vez, mantém todas as funções corporais de acordo com o planeado – como adormecer à noite, acordar de manhã, sentir fome quando precisamos de energia e metabolizar os alimentos que ingerimos”.

“Isso significa que comportamentos como mudar os padrões alimentares ou alterar drasticamente o que comemos (como mudar para uma dieta muito rica em gordura) pode realmente reprogramar os vários relógios do nosso corpo, diz Mahan, “colocando-os num fuso horário diferente do relógio circadiano do cérebro [que controla o sono]”.
Outros estudos revelaram que maus padrões de sono estão relacionados ao aumento da quantidade de comida ingerida, a dietas de pior qualidade e a taxas mais altas de obesidade e de doenças metabólicas.