O sono dos portugueses sofreu uma “pequena deterioração” durante o confinamento, que “piorou em média 10 por cento”. Contudo,  cerca de 70% dos inquiridos revela algum tipo de doença.

Estas são algumas conclusões do estudo “Sono e Covid”, que envolveu 5500 portugueses, com idades entre os 18 e os 99 anos de idade, desde março de 2020, criado e desenvolvido pelo Centro de Electroencefalografia e Neurofisiologia Clínica – Dra. Teresa Paiva, “pro bono” e sem apoios financeiros. A apresentação do estudo decorreu no Congresso Europeu do Sono (22 a 24 de setembro)

Este estudo permitiu ainda concluir que os níveis de depressão são mais baixos do que os inicialmente previstos: “A média na escala de depressão, de um a dez é quatro, portanto é muito pequena”, referiu Teresa Paiva.

Um dos dados que a médica considera mais preocupante é o facto de apenas 30% dos inquiridos terem declarado que se sentiam saudáveis. “Este estudo revela que a maior parte das pessoas tem um número significativo de doenças comórbidas e isso quer dizer uma coisa que nunca é dita: é que a população portuguesa adulta tem muitas doenças. É uma coisa que se tem de pensar”, alerta a neurologista.

Dos inquiridos, 39% revelaram estar fartos da crise, 32% sentiram falta da família e amigos, 27% estiveram bem, 12% sentiram-se sós e 15% fizeram descobertas que mudaram as suas vidas.

O estudo envolveu várias universidades e incluindo médicos, enfermeiros, professores, psicólogos e outros profissionais e também doentes acompanhados em 19 laboratórios de sono de todo o país, além de cidadãos que responderam a um inquérito online. Estiveram envolvidos cerca de 40 investigadores, que agora vão tentar tentar perceber as implicações da pandemia em cada grupo profissional e também “os efeitos dos comportamentos das pessoas no sucesso ou insucesso da adaptação ao confinamento”.

Fontes: Entrevista TSF e iSleep