A alteração do sono/vigília nos bebés é bastante diferente dos adultos. De forma muito genérica, os adultos adormecem à noite e assim permanecem até às primeiras horas da manhã. No caso das crianças, verificam-se ciclos com uma duração média de 3 a 4 horas, em que despertam e voltam a adormecer. 

Uma vez que “as diferenças nos padrões de sono e nos ritmos biológicos entre adultos e bebés são dramáticos”, diz Michael J. Harnish, PhD, diretor clínico do Centro de Desordens do Sono das Crianças em Oklahoma City (EUA), conhecer os ritmos de sono da criança é a melhor resposta para que pais e crianças possam dormir as horas necessárias e de acordo com as respetvas necessidades. 

Recém- Nascido

Apresenta períodos de 3-4 horas de sono contínuo, intercalados por mais ou menos uma hora de despertar. Este ritmo ocorre de forma contínua durante o dia e a noite. No período neonatal, a alternância dos estágios do sono tem duração de 50-60 minutos, o ciclo inicia em sono REM e, quanto mais prematuro for a criança, maior a duração do tempo em sono REM.

1º mês – Durante o primeiro mês de vida, inicia a adaptação do ciclo sono-vigília ao ciclo noite-dia. No final do primeiro mês de vida, os períodos de sono noturno passam a ser mais longos.

3º mês – Durante o terceiro mês de vida, ocorrem modificações estruturais importantes na arquitetura do sono, que passa a iniciar na fase Não-REM. Até ao sexto mês de vida, 90% dos bebés já devem ter efetuado esta troca.

6º mês –  O período mais longo de sono ininterrupto não ultrapassa seis horas. A noite é dividida em dois períodos contínuos de sono, intercalada por um despertar. Durante o dia, começa a consolidar-se a vigília, mas ainda interrompida por períodos de sono diurno.

Entre o 9º e o 10º mês – O lactente dorme em média 9-10 horas por noite, e 2-3 horas por dia, dividas em duas sestas.

Por volta dos 12 meses – Nesta altura, deve ocorrer a consolidação do sono noturno, com a permanência de 1-2 sestas diurnas.

Entre os 2-3 anos – Ocorrem longos períodos de sono noturno (cerca de 10 horas), e uma ou duas sestas diurnas (a meio da manhã e no início da tarde), que não ultrapassam um total de duas horas.

Aos 3 anos de idade – Geralmente só é necessária a sesta da tarde. Nesta idade, é atingido o percentual adulto de sono REM, devendo este constituir no máximo 25% do tempo total em sono.

A partir dos cinco anos – O sono noturno já deve estar consolidado, e não ocorrem mais períodos de sono diurno. Entre os cinco e os dez anos de idade, ocorre uma diminuição gradativa do tempo total em sono, aproximando-se ao padrão do adulto (aproximadamente 8 horas).

 

SONO REM – verifica-se atonia muscular generalizada, mas aumento da atividade cerebral. É nesta fase que ocorrem os sonhos e consolidação da memória. Ao longo da noite os ciclos de sono não-REM/REM sucedem-se a cada 90 a 110 minutos, e os períodos de sono REM tornam-se progressivamente mais longos.

 

SONO NÃO-REM – ocupa cerca de 75% do sono e estrutura-se em 4 fases:

Fase 1 – transição entre sono e vigília, facilmente interrompida por ruídos. Ondas cerebrais rápidas.

Fase 2 – Sono mais profundo. Cessam os movimentos dos olhos. Os músculos relaxam. Importante para a consolidação da memória. São necessários estímulos mais intensos para despertar. Ondas cerebrais rápidas.

Fase 3 – Mais profunda que a anterior. Início de ondas lentas. Atividade cardíaca e respiração abrandam. Importante para funções reparadoras do sono.

Fase 4 – Corresponde ao sono mais profundo, em que é mais difícil acordar uma pessoa. O despertar, se ocorrer, é confuso. Continuam as funções reparadoras, de crescimento e recuperação de células, tecidos e órgãos.