Co-sleeping é um tema muito recorrente, principalmente, entre jovens pais, desesperados por encontrar uma solução que permita que todos durmam mais e melhor, mas uma solução que também seja segura.
Algumas pessoas, quando ouvem o termo co-sleeping, pensam automaticamente na partilha da mesma cama, mas o termo refere-se ao conceito de dormir próximo do bebé, de forma a que ambos sintam a presença um do outro.

A partilha de cama é comum em algumas famílias – um estudo recente mostra que mais e 20% das famílias o fazem, contra 6% nos anos 90 – mas algumas organizações de saúde infantil levantaram preocupações de segurança sobre esta prática. Genericamente, as mesmas instituições recomendam a partilha do quarto nos primeiros seis meses do bebé e, idealmente, até completar o primeiro ano de vida. Assim, o bebé deve dormir no quarto dos pais, mas numa cama/berço próprio.

Co-sleeping é seguro?

Depende de como é feita a partilha de quarto. Dormir na mesma cama não é recomendável, devido a uma série de riscos associados como asfixia e sobreaquecimento. É também perigoso adormecer com o bebé enquanto está no sofá ou numa cadeira, já que o risco de ambos adormecerem pode levar a acidentes.
A maioria dos pediatras informa os pais de que a partilha de quarto traz uma série de benefícios, além da proximidade ajudar na amamentação e na capacidade de responder rapidamente às necessidades do bebé, a verdade é que o co-sleeping está associado à diminuição do risco da Síndrome de Morte Súbita do Lactente (SMSL).

A SMSL refere-se à morte súbita e inexplicável de um bebé no primeiro ano de vida. E como na maioria dos casos acontece durante o sono, acredita-se que a forma como dormem (espaço e condições) tem influência. Por exemplo, um estudo verificou que nas vítimas de morte súbita, 36% partilhavam a cama com os pais, mas o risco é ainda maior quando se encontrava ao lado de um dos pais que estava a beber ou a fumar.

Além disso, bebés prematuros ou com baixo peso à nascença têm um risco maior de SMSL, especialmente se partilham cama com os pais.

O risco de SMSL diminui à medida que os bebé crescem, sendo que 90% dos casos ocorrem antes dos seis meses de idade.

Porque partilhar cama não é seguro?

Os colchões das camas de adultos não são a superfície mais adequada para um bebé, isto porque:

o colchão não é firme o suficiente. Os bebés devem dormir em colchões firmes e é por isso que os berços são projetados dessa forma.

almofadas e roupa de cama podem ser perigosos para os bebés. A maioria dos adultos dorme com almofadas e edredons que são um risco de sufocamento para o bebé. É por isso também que no berço do bebé só deve estar o lenço de baixo, sem mantas, bonecos ou outros acessórios.

cair ao chão é mais provável. As camas dos adultos não têm barreiras protetoras e, mesmo quando estão encostadas à parede continuam a ser perigosas, com o risco do bebé ficar preso entre a parede e a cama.

Mas dividir o quarto é uma excelente ideia.

Partilhar o quarto com o bebé pelo menos por seis meses (idealmente durante um ano) traz inúmeras vantagens. Para crianças mais pequenas, os berços são uma boa opção, porque são pequenos e cabem perto da sua cama.
Há até opções de berços que se unem às camas dos adultos, que pode ser usado apenas com três laterais, com o lado da cama aberto para que o bebé fique mais acessível, permanecendo em segurança.

O Co-sleeping tem muitos benefícios:

Ligação: especialmente se o bebé está junto à cama ou ao seu alcance, é uma ótima forma de bebé e mãe estreitarem a ligação. O poder estar em contacto físico a noite toda também ajuda no momento em que tiver de acalmar o bebé.

Melhor sono: os bebés, especialmente, os recém-nascidos acordam várias vezes durante a noite para comer ou porque precisam de algum conforto. Ter o bebé por perto minimiza a quantidade de tempo que pai e mãe estarão acordados. Nesta fase, os bebés também tendem a dormir melhor quando sentem os pais por perto.

Amamentação: para as mães que amamentam, a noite pode ser ainda mais cansativa se tiverem de ir para outro quarto cada vez que o bebé tiver de comer. Amamentar no próprio quarto e até na própria cama é algo que só o co-sleeping permite.

Ritmo de sono: é provável que pais e bebés comecem a sincronizar padrões de sono. É também comum que acordem antes do bebé chorar já que sentem ligeiros despertares.

Quando acabar com o co-sleeping?
Mais uma vez, vai depender da família. A partir dos seis meses, idealmente, a partir do ano, o bebé pode transitar para o próprio quarto. Há várias razões que levam os pais a fazerem esta transição mais cedo ou até a adiá-la. Pesquisas mostram que, a partir dos 9 meses de idade, tanto bebés como os pais dormem melhor em quartos separados.
O importante é que a mudança seja feita de forma gradual. Por exemplo, comece por mudar de cama quando o bebé ainda está no seu quarto, para depois quando transitar para o quarto do bebé, a criança não estranhe a cama.