Nunca teremos a certeza de quando se contou a primeira história de embalar, mas há evidência que mostram que Homem primitivo se reunia, ao fim do dia, à volta de uma fogueira para relatarem a caçada do dia. Terá começado assim? E assim terá provavelmente continuado pelos tempos com histórias de batalhas, chegando às fábulas e contos dos Irmãos Grimm e de Hans-Christian Andersen.

Na atualidade, muitos pais e mães dirão que ao contarem histórias à noite o propósito é sempre o mesmo: adormecer a criança. Também, por isso, as histórias contemporâneas são, muitas vezes, pensadas para serem calmantes e relaxantes, fazendo com que os mais pequenos se abstraiam do mundo real e entrem no campo do sonho e da imaginação.

A verdade é que esta é uma atividade que não resulta apenas com crianças e, talvez por isso, têm crescido tanto o número de livros com histórias de embalar para adultos.

Isto porque as histórias têm a capacidade de nos abstraírem da necessidade de “tenho de dormir” e fazem com que o sono surja mais facilmente.

Ao estarmos concentrados no desenrolar da história, esquecemos que precisamos dormir, relaxamos e não nos apercebemos que a sonolência começa a chegar.

Desligar, naturalmente

A audição – neste caso, ouvir a voz de alguém (pode ser um audiolivro) – é dos últimos sentidos a ser “desligado” antes de dormirmos. Por esse motivo, a história da hora de dormir representa uma maneira natural de desligar que está mais sincronizada com a nossa fisiologia. Então, enquanto escutamos a voz de alguém, estamos a preparar a mente e o corpo para dormir de uma maneira mais tranquila.

Além disso, como deixa de haver entretenimento visual, estimulamos o nosso cérebro de uma forma que evoca lembranças da infância.